segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A política em nome de "Deus"

Agora que a campanha acabou posso escrever com mais tranqüilidade. Campanhas eleitorais raramente escapam do jogo baixo, sujo, mas nesta foi demais. O lado bom é que ficou ainda mais claro como Deus é usado pela podridão humana.


Lembro de uma carta aberta, distribuída por pastores, com o título: "A graça e a paz do senhor Jesus", onde acusaram o PT de ser uma "ameaça às famílias e aos princípios bíblicos". Assinam o texto, pastores da Igreja Batista Brasileira, Episcopal Carismática, Assembleia de Deus, Presbiteriana do Brasil e o Conselho de Pastores de Jaboatão.

Sempre falo que a democracia não é anarquia. O direito de se manifestar é garantido a todos, mas no caso das igrejas a situação é outra. Já passou da hora de uma legislação regulamentar e garantir punições severas a quem usa a boa fé do povo, o nome de Deus, para os interesses particulares ou de um grupo.

“Pastores” que ficaram milionários, fazendo dos cultos fonte de renda para uma vida regada a luxuria e esbanjo. Gente que aparece na tv apontando o dedo pra todos, dando lição de moral, definindo o que é certo ou errado de acordo com interpretações próprias da bíblia. Gente que fala em igualdade social, mas que mora em luxuosas residências, apartamentos, com relógios e jóias, carros importados, viagens internacionais de luxo...

Essa gente, quase sempre sai ilesa. Fazem o que querem. Usurpadores, picaretas da pior espécie. Que o povo de Deus não deixe de seguir a palavra quando as picaretagens aparecerem. Que o povo pare de se esconder atrás das aparências de uma igreja. Pare de achar que está salvo porque freqüenta a missa ou o culto. Que a fé seja praticada com atos e não apenas na teoria. Que as pessoas sejam fiéis a Deus e não aos pastores ou padres. Muitos vão ficar bravos com o que escrevo, mas alerto... estão de olhos vendados. O pior é que muitos preferem assim a ter que encarar a realidade. Antes a ignorância a realidade? É assim que enfrentamos os problemas?

É uma pena que chegamos neste ponto.

Nenhum comentário: