Movimentações suspeitas - Segundo o MPF/PR, tais fatos
vieram à tona a partir da constatação, pelo Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), de que Meheidin Hussein Jenani, um dos assessores
parlamentares Janene, tinha movimentado em sua conta corrente, em março de
2004, valores completamente incompatíveis com sua renda declarada. Jenani
recebia créditos através de depósitos em dinheiro originários de diversas
agências, com valores abaixo de R$ 10 mil, bem como por meio de TED’s
provenientes de variadas empresas e pessoas físicas, chegando a desistir de
determinados saques em espécie ao tomar conhecimento da necessidade de
preenchimento de registro de movimentação..
A partir do afastamento do sigilo bancário e fiscal
de Jenani, detectou-se que ele mantinha intensa relação bancária com sua esposa
e também assessora de Janene, Rosa Alice Valente, e com a esposa do deputado,
Stael Fernanda Rodrigues de Lima – ambas com movimentações financeiras
completamente dissociadas das respectivas rendas declaradas. O MPF também
apurou que elas tinham recebido vários depósitos da Bônus Banval e da Natimar e
haviam destinado depósitos vultosos para os também assessores Carlos Alberto
Murari e Adriano Galera dos Santos, além da filha do parlamentar, Danielle
Janene.
Com o rastreamento dos valores que transitaram
pelas contas dos investigados e das empresas Bônus Banval, Natimar e outras
vinculadas ao publicitário Marcos Valério (2S Participações LTDA. e Rogério
Lanza Tolentino & Associados), aliado às inúmeras provas obtidas
durante busca e apreensão ocorrida em maio de 2006 no escritório político de
José Janene, descobriu-se que parte dos valores originários do “mensalão” foram
transformados em ativos lícitos, especialmente na aquisição de, ao menos,
quatro grandes fazendas e outros imóveis e na construção de uma residência de
luxo em um condomínio em Londrina, além de vários veículos de luxo em favor do
parlamentar entre os anos de 2003 e 2004.
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