Alguns promotores fizeram
brincadeiras sobre de quem seria a culpa de tudo. “A culpa é do Gaeco, que está
com o dinheiro da propina”, brincou o promotor Claudio Esteves, numa nítida menção
a versão apresentada pelo prefeito Barbosa Neto, que cogitou a possibilidade de
armação.
Os promotores
apresentaram parte de suas provas e contaram suas versões do que teria
acontecido no dia 24 do mês de abril de 2012, quando o ex-secretário municipal de
gestão, Marco Cito e o empresário do ramo de recicláveis, Ludovico Bonato,
foram presos .
O delegado do Gaeco, Alan Flore, contou que o esquema teria
começado com Alysson Tobias
de Carvalho, diretor de participações da Sercomtel. Teria sido ele que levou
dinheiro para Marco Cito, que teria entregue a Ludovico, que por fim entregou
ao vereador Amauri. Rogério Lopes, atual chefe de gabinete do prefeito de
Londrina, Barbosa Neto, teria sido o intermediador entre Cito e Ludovico com Alysson.
Depois de revelado os detalhes chegou o momento de apresentar as
provas. A primeira foi um vídeo onde Ludovico aparece com uma pasta verde e
dentro um saco com dinheiro. Não é possível precisar a quantia, mas pelas notas
apresentadas pelo Gaeco no dia das prisões, seriam R$20 mil.
Como as imagens foram apresentadas em um monitor na própria
sede do Gaeco, não foi possível aproveitar o áudio. A expectativa é que as
gravações liberadas pela justiça contenham o som para contextualizar a entrega
do dinheiro, confirmando ou não que se tratava de uma propina. Sem o som ainda
caberia a Ludovico tratar de outra negociação, como a de compra e venda de
algum objeto e que Amauri, por pertencer a um grupo rival de Barbosa, estaria
distorcendo os fatos.
As provas apresentadas pelo Gaeco a imprensa terminam ai.
Segundo o promotor, a prova de que o dinheiro teria sido entregue por Marco
Cito a Ludovico resume-se na afirmação de um policial, integrante do Gaeco, que
teria visto o ex-secretário com um pacote branco, semelhante ao que estava
dentro da pasta de Ludovico. Alan Flore disse ainda que Ludovico teria
afirmado, informalmente aos promotores, que Cito estaria envolvido no processo.
Segundo Alan, essa declaração informal foi gravada pelo grupo no momento da
prisão, no entanto a gravação não foi apresentada a imprensa. Lembrando que
Ludovico permaneceu em silêncio em seu depoimento oficial logo depois da
prisão.
O delegado disse ainda que Alysson e Rogério também seriam
presos em flagrante se estivessem na cidade na terça-feira do dia 24. As provas
contra eles se resumem em observações feitas durante a investigação. Não foi
apresentado a imprensa nenhum vídeo ou áudio que confirme o envolvimento dos
dois no processo. Lembrando que por várias vezes durante a coletiva o delegado
Alan Flore lembrou que muitas provas ainda permanecem em sigilo e que apesar do
inquérito ter sido concluído, novidades ainda podem ser inclusas enquanto o
caso estiver com os promotores. O promotor Esteves mencionou que o trabalho
está incompleto, que ainda resta descobrir a origem do dinheiro.
Vale lembrar que em nenhum ponto da entrevista coletiva concedida
pelo delegado Alan Flore as emissoras de tv, foi revelado detalhes sobre a
prisão de Eloir, acusado de corrupção passiva. Quem teria comprado ele e em
troca do que? Quanto pagariam ao vereador durante a campanha. Essas respostas
podem ter sido dadas durante a coletiva a todos os veículos de imprensa, mas
que infelizmente não vi o registro.
Pra finalizar os promotores confirmaram que novos inquéritos
serão abertos nos próximos dias para investigar outros casos que teriam sido
mencionados durante as gravações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário