quinta-feira, 3 de maio de 2012

Gaeco conclui inquérito e apresenta parte das supostas provas

Hoje foi um dia muito importante para a política e para a cidade de Londrina. Dia em que o Grupo Especial de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), concluiu o inquérito sobre o suposto pagamento de suborno ao vereador Amauri Cardoso.

 Alguns promotores fizeram brincadeiras sobre de quem seria a culpa de tudo. “A culpa é do Gaeco, que está com o dinheiro da propina”, brincou o promotor Claudio Esteves, numa nítida menção a versão apresentada pelo prefeito Barbosa Neto, que cogitou a possibilidade de armação.   

 Os promotores apresentaram parte de suas provas e contaram suas versões do que teria acontecido no dia 24 do mês de abril de 2012, quando o ex-secretário municipal de gestão, Marco Cito e o empresário do ramo de recicláveis, Ludovico Bonato, foram presos .

O delegado do Gaeco, Alan Flore, contou que o esquema teria começado com Alysson Tobias de Carvalho, diretor de participações da Sercomtel. Teria sido ele que levou dinheiro para Marco Cito, que teria entregue a Ludovico, que por fim entregou ao vereador Amauri. Rogério Lopes, atual chefe de gabinete do prefeito de Londrina, Barbosa Neto, teria sido o intermediador entre Cito e Ludovico com Alysson.  

Depois de revelado os detalhes chegou o momento de apresentar as provas. A primeira foi um vídeo onde Ludovico aparece com uma pasta verde e dentro um saco com dinheiro. Não é possível precisar a quantia, mas pelas notas apresentadas pelo Gaeco no dia das prisões, seriam R$20 mil.

Como as imagens foram apresentadas em um monitor na própria sede do Gaeco, não foi possível aproveitar o áudio. A expectativa é que as gravações liberadas pela justiça contenham o som para contextualizar a entrega do dinheiro, confirmando ou não que se tratava de uma propina. Sem o som ainda caberia a Ludovico tratar de outra negociação, como a de compra e venda de algum objeto e que Amauri, por pertencer a um grupo rival de Barbosa, estaria distorcendo os fatos.

As provas apresentadas pelo Gaeco a imprensa terminam ai. Segundo o promotor, a prova de que o dinheiro teria sido entregue por Marco Cito a Ludovico resume-se na afirmação de um policial, integrante do Gaeco, que teria visto o ex-secretário com um pacote branco, semelhante ao que estava dentro da pasta de Ludovico. Alan Flore disse ainda que Ludovico teria afirmado, informalmente aos promotores, que Cito estaria envolvido no processo. Segundo Alan, essa declaração informal foi gravada pelo grupo no momento da prisão, no entanto a gravação não foi apresentada a imprensa. Lembrando que Ludovico permaneceu em silêncio em seu depoimento oficial logo depois da prisão.  

O delegado disse ainda que Alysson e Rogério também seriam presos em flagrante se estivessem na cidade na terça-feira do dia 24. As provas contra eles se resumem em observações feitas durante a investigação. Não foi apresentado a imprensa nenhum vídeo ou áudio que confirme o envolvimento dos dois no processo. Lembrando que por várias vezes durante a coletiva o delegado Alan Flore lembrou que muitas provas ainda permanecem em sigilo e que apesar do inquérito ter sido concluído, novidades ainda podem ser inclusas enquanto o caso estiver com os promotores. O promotor Esteves mencionou que o trabalho está incompleto, que ainda resta descobrir a origem do dinheiro.

Vale lembrar que em nenhum ponto da entrevista coletiva concedida pelo delegado Alan Flore as emissoras de tv, foi revelado detalhes sobre a prisão de Eloir, acusado de corrupção passiva. Quem teria comprado ele e em troca do que? Quanto pagariam ao vereador durante a campanha. Essas respostas podem ter sido dadas durante a coletiva a todos os veículos de imprensa, mas que infelizmente não vi o registro.

Pra finalizar os promotores confirmaram que novos inquéritos serão abertos nos próximos dias para investigar outros casos que teriam sido mencionados durante as gravações.

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