segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Aos jornalistas: A existência do BEM

A reportagem da Revista Consultor Jurídico, que diz que a juíza Oneide Negrão atuava por motivação política e tinha relação fora do comum com promotores do Gaeco, pode servir como um importante alerta.   
É por isso que jornalista não deve acreditar fielmente em nada. É pra não correr o risco de ser usado. Colegas de profissão: não devemos acreditar fielmente no que diz um promotor, ou um juiz, como se todos fossem justos, corretos e puros.
Se a revista Consultor Jurídico estiver certa, podemos ter sido usados. Refiro-me as longas resenhas na porta do Gaeco, algumas que acompanhei nas edições. Resenhas de promotores. Teorias que ganhavam força por saírem da boca de um promotor de justiça e que acabavam, no que chamo de lavagem cerebral, contaminando, pro bem ou pro mal, a todos. Certa vez um promotor disse, enquanto o cinegrafista gravava inadvertidamente um trecho da explanação, no período em que configurava o equipamento: “isso é em off”  “se alguém publicar o que vou falar eu nego”. Pergunto-me, qual o interesse em falar aos jornalistas algo que ele não quer assumir numa entrevista oficial? A intenção pode ter sido boa, mas hoje, diante de algumas suspeitas, soa estranha.
Nessas de “em off”, quando muitos acreditavam receber informações privilegiadas, na verdade poderiam estar sendo usados. Com a versão de um lado da história, presumida de suposta veracidade e justiça, para formavamos perguntas e, mesmo que indiretamente, opiniões através dos veículos que trabalhamos.  A grande verdade é que, com o afastamento da juíza e a reportagem da revista Consultor Jurídico, não sabemos mais quem é o “bem” e o “mal” na história. Melhor, não sabemos nem mesmo se o “bem” existe.

2 comentários:

Valdo disse...

Prezado Diogo! Não podemos acreditar em tudo que sai da boca de um magistrado ou de um membro do Ministério Público, assim como não devemos acreditar cegamente em tudo que sai da fala ou da escrita de um jornalista. Devemos ser criteriosos acima de tudo. Imparcialidade é materia rara em nossos dias.

Valdo disse...

Prezado Diogo, não devemos acreditar em tudo que sai da boca de um magistrado ou de um membro do MP, assim como não devemos aceitar tudo que sai da lavra ou da escrita de um jornalista. Imparcialidade e independência, coisas raras nos dias atuais.