Os ônibus apertados da Garcia

O serviço de transporte coletivo rodoviário é uma concessão do poder público a iniciativa privada. Mas tem empresas que estão esquecendo disso e pensando apenas no lucro. Essa, na minha opinião, é a única explicação para o que vi na semana que passou.

Em viagem pela Viação Garcia, fiz o trajeto Londrina a Foz do Iguaçu, partindo as 23 horas. Como a empresa não dispunha de opção leito embarquei em um ônibus convencional. Logo na entrada a surpresa, os passageiros que vinham de São Paulo já haviam trocado duas vezes de veículo, que teriam apresentado defeito.

O terceiro ônibus a assumir o serviço era novo, Marcopollo geração 7. Porém, tratava-se de um carro toco, ou seja, com apenas um eixo traseiro e de medidas modestas. La dentro o desespero. Onde deveriam ter no máximo 38 poltronas haviam 42, resultado, insatisfação coletiva. Eu, com 1,94 de altura, ocupei duas poltronas pra acomodar minhas pernas, abertas para acomodar o banco da frente entre elas. O trajeto, que levou nove horas pra ser percorrido, foi o pior que já fiz em minha vida.

Com todo o respeito a essa empresa que tem uma enorme tradição e importância em nosso estado, é preciso rever urgentemente a utilização desses veículos em linhas e média e longa distância. Isso está minando a fama de qualidade que a Garcia conquistou ao longo de anos. Sorte que a empresa ainda possui, na minha opinião de usuário, um dos melhores quadros de profissionais deste ramo do país. Motoristas e atendentes extremamente atenciosos que tentam, a qualquer custo, compensar a insatisfação com atenção ímpar digna de quem está comprando um serviço.

Vida longa a Viação Garcia, orgulho de Londrina por ser uma das principais empresas de transporte do país.