A promotora de justiça Leila Shimiti foi detida sábado a noite pela Polícia Militar no centro de Londrina. Segundo o policial militar que atendeu a ocorrência ela estava com odor etílico, fala desconexa e disse ter vindo de uma festa na área rural. Tudo foi registrado em um boletim de ocorrência.
A promotora bateu seu Toyota Corola em duas caminhonetes na avenida Aminthas de Barros. Dois vídeos foram postados na internet. Em um a promotora tenta sair do local do acidente e testemunhas impediram. Ela não conseguia ligar o carro. Em outro o procurador Claudio Steves tenta convencer o policial a deixar ele ir junto com ela na viatura, o que foi negado pelo policial.
Resumindo a história. Leila foi levada a delegacia mas não foi presa, pois se recusou a fazer o teste do bafômetro e tem o foro privilegiado. Ela só pode ser presa em flagrante quando o crime não for afiançável. Outra regalia legal que ela tem é de que apenas o ministério público pode investigar o caso. Ou seja, os colegas da promotora é que vão apurar os fatos.
A promotora divulgou uma nota pedindo desculpas pelo ocorrido: “Em razão do lamentável evento ocorrido na data de ontem e que me envolve, venho a público extenuar meus pedidos de desculpas a todos os envolvidos e à sociedade. Na oportunidade, me submeti às medidas determinadas pelas autoridades e assim será em relação às demais consequências legais advindas deste episódio. Peço a Deus que me dê serenidade para passar por este momento e continuar trabalhando em benefício da sociedade”.
Na verdade ela não submeteu a todas as medidas determinadas pelas autoridades. Ela não aceitou fazer o teste do bafômetro como queria a polícia militar. O delegado de plantão não autuou a promotora, o que pode ser em virtude do foro privilegiado. Mas a pergunta é: a carteira nacional de habilitação da promotora foi suspensa como diz a lei, já que o policial tem fé pública e pelo código de trânsito pode, mesmo sem o bafômetro, constatar que a pessoa estava alcoolizada?
O caso ganhou muita repercussão, principalmente nas redes sociais. O fato de ser uma promotora atuante, responsável por grandes e importantes investigações e de constantemente aparecer na mídia sem dúvidas deram amplitude ao fato. É certo também dizer que este episódio não tira em nada os méritos dos trabalhos da promotora e da instituição Ministério Público. Se o fato de dirigir embriaga, como disse o policial, foi algo isolado, então é hora de agradecer ao fato de ninguém ter se ferido ou morrido, aprender com os erros e principalmente assumir as responsabilidades, abdicando de benefícios moralmente questionáveis e mostrando que a lei é para todos, dando o exemplo que todos esperam de um promotor de justiça. Errar todos podemos errar, o que você vai fazer depois do erro é que vai distinguir a sua moral. Admitir na nota que estava bêbada ou dizer claramente que não estava seria uma das medidas para não deixar brechas jurídicas para sua defesa ou perante a sociedade.
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