quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Manifesto ao dinheiro

Quando abro o jornal de hoje vejo um manifesto para a volta do coronelismo. Se você tem dinheiro, não precisa respeitar leis que os mortais menos favorecidos precisam cumprir rigorosamente, ou se quer ser investigado. É isso que eu vi num manifesto publicado na Folha de Londrina de hoje sobre o empreendimento Marco Zero.
Usam assuntos superados na nossa cidade como bandeira para camuflar supostas ilegalidades que, se a câmara de vereadores estiver certa, trata-se de picaretagem do mais baixo nível. Mas não se engane sociedade lodrinense. Aquilo que está no jornal de hoje, repito, na minha opinião, não tem nada de amor a cidade, mas amor ao dinheiro. Se realmente fosse um manifesto de amor a cidade, imparcial aos interesses econômicos privados, não teriam feito campanha de apoio ao empreendedor do Marco Zero, Raul Fulgêncio, quando este era investigado pela câmara de vereadores. Atentem que, já estavam na defesa do empreendedor antes da conclusão das investigações, dando claros indícios de corporativismo. Mais de uma vez representantes dessas entidades foram vistos na câmara em dias decisivos na comissão que investigou supostas irregularidades no empreendimento Marco Zero. Um data para envergonhar a história de entidades tão sérias, com algumas personalidades que em um passado recente foram as ruas pedindo moralidade na política e agora são contra que os seus sejam investigados. Vergonha.

Mas alerto aos que assinaram a carta, em nome dessas entidades, para o papelão de fantoches que estão prestando. Lastimável ver AcilFiepSincovalSindimetalSinduscon e Sociedade Rural do Paraná, assinando uma carta pedindo quase que anistia para um empreendedor que, segundo a Câmara de Vereadores de Londrina, pode ter sido responsável por um rombo de quase 40 milhões de reais aos cofres públicos. Os senhores deveriam se envergonhar em usar entidades tão sérias para este tipo de prática. Ninguém está condenando ninguém, mas o correto seria esperar um posicionamento da prefeitura, do ministério público e do tribunal de contas, já que as informações levantadas pela câmara foram encaminhadas a essas entidades. Mesmo assim, muito me preocupa quem é contra investigações, investigar não é condenar, a não ser que a culpa seja presumida pelo investigado.
Gostaria de saber se os associados dessas entidades concordam que o dinheiro das contribuições dos senhores seja utilizado para comprar espaço em jornal para defesa pública de um único empreendedor e o pior, em nome da cidade. Quem pagou por este espaço no jornal? Foi doação da Folha? Quanto custou? De onde veio o dinheiro? Londrina não merecia essa vergonhosa demonstração de corporativismo no aniversário dos seus 80 anos.

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